O estudo da História
– o que é História?
O Tempo e a História,
as fontes históricas.
O que é História?
História é a ciência responsável por
estudar os acontecimentos passados. O historiador, em seu ofício, deve colocar
em prática uma análise crítica do seu objeto de estudo a fim de racionalizar a
conclusão sobre os acontecimentos investigados.
A palavra “história”
tem origem no idioma grego e é oriunda do vocábulo “hístor”, que significa
“aprendizado”, “sábio”. Sendo assim, faz referência ao conhecimento obtido a
partir da investigação e do estudo.
A importância da
História está em seu papel de nortear o homem no espaço e no tempo, dando-lhe a
possibilidade de compreender a própria realidade.
O conceito de
História recebe definições distintas de acordo com diferentes historiadores.
Alguns consideram que a História não é a ciência que estuda os acontecimentos
passados, mas sim a ciência que estuda o homem e sua ação no tempo|1|. Outros
entendem como o estudo das transformações na sociedade humana ao longo do
tempo.
Nesse sentido, o papel do historiador é
fazer uma análise crítica que o permita chegar a uma conclusão sobre
determinado acontecimento passado a partir da investigação de fontes
históricas. O historiador não deve glorificar ou demonizar determinado
acontecimento, mas deve analisá-lo criticamente, utilizando todas as fontes que
estiverem ao seu alcance e empregando métodos de análise que o auxiliem em seu
exercício.
Quando se iniciou a
História?
O surgimento da
História enquanto ciência e campo de estudo foi obra dos gregos antigos. Heródoto é
considerado o pai da História. Seu trabalho aconteceu por meio da
sistematização dos eventos da história dos gregos e de outros povos da
antiguidade, como os egípcios. Um dos eventos da história grega narrados por
Heródoto foram as Guerras Médicas, conflito travado
durante a invasão da Grécia pelos persas.
Tucídides foi o primeiro
historiador a utilizar, de fato, um método de análise que permitisse
reconstituir e formular uma análise a respeito de um acontecimento passado. Seu
trabalho foi a respeito da Guerra do Peloponeso, conflito travado
entre as cidades de Atenas e Esparta.
Periodização
Ao longo do tempo, os historiadores
convencionaram-se a organizar os eventos em períodos. Essa periodização,
naturalmente, seguia uma organização cronológica e utilizava acontecimentos
marcantes para determinar o fim de um período e o começo de outro. O fim de um
período, no entanto, não significava o registro de mudanças profundas
imediatas, mas indicava, a partir daquele marco, o acontecimento de mudanças
significativas com o passar do tempo.
Apesar de muitos historiadores
questionarem a datação dos marcos de cada período, ela permanece em vigência e
é utilizada como mecanismo para organizar o estudo da história e facilitar o
ensino. Os períodos históricos são Pré-História, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna, Idade Contemporânea.
·
Pré-História
Período que acompanha toda a evolução histórica do homem, partindo de
seu surgimento e estendendo-se até o momento em que a primeira forma de escrita
foi criada, por volta de 4000 a.C. A Pré-História acompanha todo o processo de
desenvolvimento humano, desde a utilização da pedra e do metal para a produção
de ferramentas até o processo de sedentarização.
·
Idade Antiga
Tem como ponto de partida a criação da
primeira forma de escrita desenvolvida pelo homem: a escrita cuneiforme, criada
pelos sumérios, povo que habitou
a Mesopotâmia. Esse período estuda
os acontecimentos que envolveram diferentes povos, como egípcios, sumérios, assírios, persas, hititas, gregos, romanos, etc. O marco do fim
desse período é a queda do Império Romano do
Ocidente, quando o último imperador romano foi destronado pelos hérulos, em
476 d.C.
·
Idade Média
Acompanha os eventos históricos do
período que se estende de 476 a 1453. Seu marco inicial é o fim do Império
Romano do Ocidente, e seu marco final é a queda de Constantinopla para os otomanos.
Nesse período, enfocam-se os fatos
acontecidos na Europa com o surgimento do feudalismo e a formação de
uma sociedade controlada pela Igreja Católica. Atualmente, o estudo desse
período no Brasil tem expandido seu foco para estudos de outros povos, como
árabes, povos asiáticos, africanos e pré-colombianos.
·
Idade Moderna
É um período mais curto o qual analisa
os acontecimentos de 1453 a 1789, com destaque para o processo de colonização
do continente americano. São ressaltadas também as diversas transformações que
a Europa enfrentou com o surgimento de novas ideias durante o Renascimento e o Iluminismo.
O marco estipulado para o fim desse
período é a Queda da Bastilha, evento que iniciou
a Revolução Francesa, em 1789.
·
Idade Contemporânea
Período atual em que estamos inseridos. Acompanha
acontecimentos do final do século XVIII até a os dias de hoje. Sendo assim,
esse período engloba fatos que marcaram grandes transformações para a
humanidade, como aqueles causados pelas revoluções
industriais.
LEITURA COMPLEMENTAR:
TEMPO CRONOLÓGICO E TEMPO HISTÓRICO
·
Observação dos fenômenos naturais e contagem do
tempo
O tempo é
uma questão fundamental para a nossa existência. Inicialmente, os primeiros
homens a habitar a terra determinaram a contagem desse item
por meio da constante observação dos fenômenos naturais.
Dessa forma, as
primeiras referências de contagem do tempo estipulavam que o dia e
a noite, as fases da lua, a posição de
outros astros, a variação das marés ou o
crescimento das colheitas pudessem metrificar “o quanto de
tempo” se passou. Na verdade, os critérios para essa operação são diversos.
·
Consciência da finitude
Não sendo apenas
baseada em uma percepção da realidade material, a forma com a qual o homem
conta o tempo também pode ser visivelmente influenciada pela maneira com que a
vida é compreendida.
Em algumas
civilizações, a ideia de que houve
um início em que o mundo e o tempo se conceberam juntamente
vem seguida pela terrível expectativa de que, algum dia, esses dois itens
alcancem seu fim.
Já outros povos
entendem que o início e o fim dos tempos se repetem por meio de uma compreensão
cíclica da existência.
·
Definição de tempo histórico
Apesar de ser um
referencial de suma importância para que o homem se situe, a contagem do tempo
não é o principal foco de interesse da História. Em outras
palavras, isso quer dizer que os historiadores não têm interesse pelo tempo
cronológico, contado nos calendários, pois sua passagem não determina as mudanças e acontecimentos (os
tais fatos históricos) que tanto chamam a atenção desse
tipo de estudioso. Dessa maneira, se esse não é o tipo de tempo trabalhado pela
História, que tempo tal ciência utiliza?
O tempo empregado
pelos historiadores é o chamado “tempo histórico”, que
possui uma importante diferença do tempo cronológico.
Enquanto
os calendários trabalham com constantes e medidas exatas e proporcionais de
tempo, a organização feita pela ciência histórica leva em consideração os eventos de
curta e longa duração.
Dessa forma, o
historiador se utiliza das formas de se organizar a sociedade para dizer que um
determinado tempo se diferencia do outro.
Seguindo essa lógica
de pensamento, o tempo histórico pode considerar que a Idade Média dure
praticamente um milênio, enquanto a Idade Moderna se
estenda por apenas quatro séculos. O referencial empregado pelo historiador
trabalha com as modificações que as sociedades promovem na sua organização, no
desenvolvimento das relações políticas, no comportamento das práticas
econômicas e em outras ações e gestos que marcam a história de um povo.
A História não admite
uma compreensão rígida do tempo, em que a Idade Moderna, por exemplo, seja
radicalmente diferente da Idade Média.
Nessa
ciência, as mudanças nunca conseguem varrer definitivamente as marcas
oferecidas pelo passado.
·
Importância das duas formas de tempo
Mesmo parecendo que
tempo histórico e tempo cronológico sejam cercados por várias diferenças, o
historiador utiliza a cronologia do tempo para organizar as narrativas que
constrói.
Ao
mesmo tempo, se o tempo cronológico pode ser organizado por referenciais
variados, o tempo histórico também pode variar de acordo com a sociedade e os
critérios que sejam relevantes para o estudioso do passado.
Sendo assim, ambos têm grande
importância para que o homem organize sua existência.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Por Rainer Sousa
Graduado em História
1. 1.De acordo com
estudos marque a alternativa que corresponda ao conceito da Ciência História:
o
A) Estuda as ações do
homem no espaço sem se preocupar com o tempo
o
B) Estuda as ações do
Homem no tempo, sem se preocupar com o espaço
o
C) Está relacionado a
tudo o que o ser humano modifica
o
D) Estuda as ações do
Homem no tempo e no espaço
2. 2. Assinale a
alternativa que apresenta corretamente o ano relacionado ao seu século
o
A) Ano 1478 século
XIV
o
B) Ano 258 século II
o
C) Ano 3698 século
XXXI
o
D) Ano 2015 século
XXI
3. 3. De acordo com a
divisão tradicional da História, a evolução cronológica correta dos períodos
históricos é:
o
A) Pré-História,
Idade Antiga, Idade Contemporânea, Idade Média, e Idade Moderna
o
B) Pré-História,
Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea
o
C) Idade Antiga,
Idade Média, Idade Moderna, e Idade Contemporânea
o
D) Idade
Contemporânea, Idade Moderna, Idade Antiga e Idade Média
4. 4. Dentre as opções
abaixo, qual delas apresenta apenas exemplos de fontes escritas?
o
A) Diários, jornais e
leis
o
B) Pinturas,
utensílios domésticos e certidões de nascimento
o
C) Revistas, livros e
vestimentas
o
D) Brinquedos,
documentos e móveis
5. 5. Assinale a alternativa correta sobre
diversidade cultural
o
A) As culturas são
iguais entre si
o
B) A cultura
brasileira é superior a qualquer outra cultura
o
C) Não existe
diferenças nas culturas, todos somos iguais
o
D) Cada povo tem sua
cultura, isto é, um jeito próprio de se vestir, de se alimentar, de agir e de
pensar
FONTES HISTÓRICAS:
Para que se entenda bem o que são as
fontes históricas, é necessário que se saiba que a palavra “fonte” aqui é
entendida no sentido de “documento”, ou
seja, algo em que está registrado o testemunho de algum evento que ocorreu no
passado. Nesse sentido, as fontes ou documentos históricos constituem tudo o
que ser humano produziu desde os seu primórdios. Tais fontes podem ser desde
artefatos arqueológicos até dispositivos eletrônicos feitos no século XX, como
os primeiros computadores ou microchips.
Há, é claro, uma diferença de
complexidade entre as fontes. Por exemplo: as túnicas que os romanos usavam na
época do império são fontes históricas menos complexas que o poema “Eneida”, de Virgílio, que narra toda a história da
civilização romana. Entretanto, as histórias do vestuário, bem como a história
literária, são igualmente importantes para se compreender bem um dado período
histórico, haja vista que cada uma delas se debruça sobre um objeto específico.
Os pedaços de cerâmicas, as
pedras lascadas e polidas, as urnas funerárias com ossos humanos, as pinturas
rupestres e toda a gama de achados arqueológicos são também fontes históricas,
pois dizem respeito aos ancestrais do homem contemporâneo. O que diferencia os
registros do homem pré-histórico dos registros dos outros animais é a produção
de sistemas simbólicos.
Nenhum outro animal, além do homem, desenvolveu artefatos como machadinhas
feitas de ossos ou de pedra, tampouco desenhou nas paredes das cavernas cenas
com forte carga simbólica.
Nesse
sentido, as fontes históricas são variadas e muito amplas. Cada tipo de fonte
exige do historiador uma habilidade e uma especialidade diferentes. Ao
historiador compete interpretar bem tais fontes e extrair delas aquilo que
sustentará a sua argumentação. A diferença da “prova”, em história, para a
“prova”, no âmbito de outras ciências, diz respeito ao modo como o historiador
maneja as fontes na narrativa que ele constrói.
Por Me. Cláudio Fernandes
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